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Resenha: Mr. Holland Adorável professor e a língua de sinais

RESENHA:

MR. HOLLAND ADORÁVEL PROFESSOR E A LÍNGUA DE SINAIS


Carolina A. dos Santos




MR. Holland - Adorável Professor. Direção de Stephen Herek. EUA: Hollywood, 1995. (143 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WwHSXFNZrK0. Acesso em: 05 out. 2020


Adorável Professor apresenta a história de um músico profissional, Glenn Holland, que abandonou suas atividades dos palcos e shows para ser professor e lecionar em uma escola para alunos de ensino médio. O filme, composto por 143 minutos, é repleto de nuances e entrelaces de histórias e acontecimentos que deixam o espectador vidrado pela espera do desenrolar dos fatos.

Este filme trata de muitos assuntos dignos de debate e diálogos para explorar e aprofundar cada parte e extrair toda a essência e aprendizado presentes nesta obra. Aqui iremos abordar, de forma objetiva, a parte que trata sobre a língua de sinais, aprendizado da língua de sinais, preconceitos, convívios de pessoas surdas com ouvintes e relacionamentos entre pessoas que utilizam a língua de sinais.

Adentremos então, primeiramente, em um breve descritivo geral sobre o filme e após discutiremos os pontos tratados acima. Para finalizar, traremos uma reflexão sobre a importância da língua de sinais para a vida e como é válido que todos possam aprender para poder-se comunicar de forma eficaz com pessoas surdas.

Glenn era fascinado pela música. Seu amor pela música era tão grande que, em todas as facetas de sua vida, era possível observar tal entusiasmo e, na docência, não era diferente, a tal ponto de se tornar um professor extraordinário.

Por obra do destino, seu primeiro e único filho nasce com apenas 10% de audição, o que traça um novo desafio na vida do músico. Pai de primeira viagem e de uma criança que não ouve, isso traz para Glenn um grande desafio em muitos sentidos. O primeiro deles é a aceitação de ter um filho com essa deficiência. Naturalmente todos os pais e mães idealizam uma criança com as faculdades perfeitas, e quando isso, de alguma forma, não vem ao encontro das idealizações dos pais, há uma fase de aceitação da realidade para poderem seguir com as rotinas diárias.

Um segundo desafio é a busca por orientações de profissionais que possam dar um norte para a família. No filme podemos observar que um desses profissionais indica para os pais que a criança frequente escolas para pessoas que conseguem ouvir e que aprenda a leitura labial e a escrita para que possa manter uma boa comunicação e integração com a sociedade. De cara, esse método não foi efetivo, o que por vezes pode frustrar tanto a família como a pessoa com surdez.

Um terceiro desafio foi a busca por escola especializada para escolarização e educação de pessoas surdas, que naquela época eram escolas raras e com valores altos para manter uma matrícula ativa. Sabemos que atualmente, principalmente aqui no Brasil, o acesso à língua de sinais é fácil, há muitas plataformas de ensino gratuito que permitem a todos terem acesso, porém, no espaço/tempo a que o filme se refere, a realidade era diferente.

Um quarto desafio é o aprendizado da língua de sinais. Devemos encarar que o aprendizado da língua de sinais é muito parecido com o aprendizado de um outro idioma, como por exemplo o inglês. Requer prática, dedicação, entusiasmo e, muito além disso, entender a necessidade dessa ferramenta para a comunicação.

E, neste ponto, podemos observar no filme o quanto a dedicação da mãe em aprender a língua de sinais foi fundamental para que pudesse se comunicar com o filho, enquanto o pai, que estava focado em outras demandas, sofre em estabelecer uma boa comunicação por não saber a língua de sinais.

Isso dificulta muito o relacionamento entre eles. Podemos observar esse ponto no filme, nas cenas em que pai e filho discutem sobre música, após o ocorrido da morte de John Lennon, e o pai descobre que o filho consegue entender e assimilar músicas. A partir deste momento, o pai busca reparar os erros cometidos, busca aprender sobre a língua de sinais e formas de poder expressar a música para surdos.

Um quinto desafio, pouco discutido no filme, é a introdução dos surdos na sociedade em si, desafios de buscar uma universidade que acolha e que tenham suporte, busca por emprego e o convívio diário. Notamos que, no filme, o filho de Glenn entra para a faculdade, tem carta para habilitação e tem um emprego, mas não mostra as dificuldades, se teve ou não, para obter todas essas conquistas.

Este filme, de uma forma geral, mostra a importância da aceitação de um pai em ter um filho surdo e a forma de incluir o filho na vida em família e na sociedade. Mostra também como a língua/comunicação é importante no desenvolvimento e que a falta dela pode acarretar consequências para o indivíduo no desenvolvimento emocional, social e intelectual.

Sabemos que a comunicação é um processo de interação, e a língua de sinais permite que os surdos possam se comunicar. Porém, é importante que todos os ouvintes também possam saber sobre a língua de sinais, para que a interação seja eficaz e efetiva.


Notas

[1] Acadêmica do curso de licenciatura em Filosofia da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: carolinaas88@hotmail.com



o Projeto cultura pensante

O projeto "Cultura Pensante" é um movimento criado por integrantes do Centro Acadêmico de Filosofia (CAFIL) do Campus Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), vinculando-se a este órgão representativo, com o objetivo de criar e divulgar cultura.  O projeto engloba, de um lado, a criação e divulgação e atividades culturais, e, de outro, a divulgação a um público externo da síntese dos conhecimentos construídos pelo projeto por meio da revista digital sediada nesse espaço.

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